sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Bola de Neve (Endividados)

Você não é economista, nem do ramo financeiro e, portanto, acha que não entende nada de finanças. Se você é brasileiro, ou mora no Brasil, não poderia estar mais enganado. Você é um expert no assunto. Você poderia dar palestras, cursos, seminários, consultoria em qualquer parte do mundo. Se você é endividado, então, como a maioria dos nossos conterrâneos, tornou-se mestre supremo da arte das finanças.
Estou para conhecer uma pessoa que ache isso normal, razoável, aceitável, mas, para resumir, é inconcebível que tenhamos uma média de 10% de juros ao mês no cheque especial e 16% no cartão de crédito _ só para citar os mais comuns, fora tudo mais onde juros recaem. Se eu não vivesse aqui, acharia que é coisa de algum episódio de “Alem da Imaginação” _ os vorazes, implacáveis, juros devorando a alma dos endividados. É aterrador.
Se você já entrou alguma vez na famosa “bola de neve”, sabe do que estou falando. Haja gigantesca criatividade brasileira para manter as finanças em ordem. É um tal de usar o cheque especial para cobrir despesas, o cartão de crédito para pagar contas, empréstimos para pagar o cheque especial, cheque especial para pagar empréstimos e cartão de crédito, juros para cobrir juros gerados por juros de juros de juros... acho que deu para entender. Ou não! A questão é: chega um ponto em que o torturado ser humano já não consegue mais dormir à noite; passa pela humilhação de ver seus cartões recusados, estourados, bloqueados; vê os empréstimos e crédito tão generosamente oferecidos antes sendo sumariamente recusados na sua cara; vê seus cheques voltando; é cobrado impiedosamente por credores, é ameaçado de despejo; só ainda não vendeu um rim... (Endividados têm mesmo essa mania de ficar oferecendo rim para cá e para lá _ ainda bem que ninguém leva a sério.) É um poço sem fundo e/ou o fundo do poço. É a fase “Passei por cada papel...” Não há mais saída, não há mais solução... Os familiares e amigos: a) Já te emprestaram e não têm mais como ajudar; b) Estão na mesma situação que você e acham que você dá azar; c) Acham que a culpa é toda sua, te criticam e você que se dane; d) Fogem de você como o diabo da cruz; e) todas as anteriores.
Então, nesse ponto, quando o poço parecia não ter mais fundo... ainda tem. É exatamente nesse ponto que o seu bom e respeitável nome vai para o vinagre. O bom nome que o seu pai te deu, que você deu aos seus filhos, que espera ver prosseguindo glorioso _ ou ao menos limpo _ ao longo das gerações. Esse valente brasileiro, essa criatura atormentada, começa a se perguntar: Onde foi que eu errei? Sou consumista demais, gasto mais do que ganho, não planejo o orçamento, não economizo, “vou para a galera” às vezes, admito; ganho pouco; com esse salário não dá para fazer nada; fiz prestações demais... A lista de recriminações, lamúrias, arrependimentos não tem fim, acompanhada quase sempre de culpa profunda, ódio de si mesmo, ódio dos outros, ódio dos juros, ódio dos malditos cartões de crédito. Deixe só eu resolver essa situação que vou picar todos os cartões de crédito _ incinerar, triturar e jogar o que sobrar no lixão! É uma das primeiras promessas a si mesmo.
Sem que nenhuma autoridade faça absolutamente nada, esses são apenas alguns dos efeitos dos juros extorsivos na vida dos brasileiros. Atualmente, existem cada vez menos investidores e as instituições financeiras e administradoras de cartões fazem do “crédito fácil”/dívidas um produto dos mais rentáveis entre sua clientela. No final das contas, aqueles que “pagam direitinho” acabam pagando é o pato por causa dos maus pagadores. Praticamente não se negocia com quem “paga direitinho”. Há gente que tem estourar o cartão para lá do impensável, comer o pão que o diabo amassou (e achar bom _ pelo menos é pão) para, enfim, depois de meses agonizantes, conseguir um acordo, quitar a dívida (pelo que devia ser mesmo o seu valor real) e dar início a batalha para recuperar o seu bom nome.
Existem inúmeras situações que levam as pessoas, voluntária ou involuntariamente às dívidas, à fatídica “bola de neve” _ desemprego, doenças, carências, remuneração ruim, impulsividade, consumo excessivo, má fé, ilusões... O que acredito é que os endividados não devem se desesperar _ o desespero não leva à nada... de um jeito ou de outro, ele só levará a mais dívidas, com toda a certeza. Todos os que estão nessas situações devem esfriar a cabeça, apagar os incêndios na medida do possível e, depois, repensar sua vida, descobrir onde esteve o erro que desencadeou tudo, a fim de poder consertá-lo. Sei que é fácil falar, que teoria e prática nunca andam juntas, que parece realmente não haver saída, mas há. Sempre há uma saída. Fé, otimismo, pensamentos bons e positivos, autoconfiança, coragem, determinação, parecem apenas palavras vazias, não é? Mas experimente se entregar à descrença, ao pessimismo, a pensamentos ruins, ao desânimo, covardia, apatia, autocomiseração... É aí que a vaca vai para o brejo mesmo. A nossa atitude perante as situações difíceis faz toda a diferença. Não é fácil. É preciso coragem para não esmorecer. Mas, em certos casos, o que se tem a perder? O rim é que não vai ser! A vida é uma só. Então, por que não empregar todo o empenho para consertar o que precisa ser consertado e seguir em frente, buscando ser verdadeiramente feliz? Aqui, neste caso, estamos falando de dívidas. Cada caso é um caso, mas primeiramente, fé e atitude positiva. Depois, fazer de tudo para limpar o seu bom nome, para recuperá-lo. É a coisa mais sagrada que temos como cidadãos: o nosso bom nome. Ele, de fato, abre portas e nos ajuda a prosseguir em busca dos nossos sonhos. (Se o seu nome está sujo na praça, não precisa arrancar os cabelos neste ponto _ hoje em dia, infelizmente, é a coisa mais normal do mundo, ninguém liga, todo mundo sabe dos motivos, está quase todo mundo no mesmo barco.) Mas empenhe-se para recuperar o seu nome; é o primeiro passo. Fé, atitude positiva, corajosa e determinada e nome limpo. Já está melhorando, não é? Daí para a frente, lute com unhas e dentes para ser feliz. Como falei, conserte o que tem de ser consertado e, se preciso for, comece do zero novamente. A vida está aí, só à sua espera. Trabalhe, estude, planeje, programe-se. Comece de novo, por que não? Acho que a melhor maneira de administrar o dinheiro, não importando quanto se ganhe, mas sim o princípio, é dividindo aquilo que sobrar (que temos de fazer sobrar) _ depois de quitadas as contas e dívidas _ entre o presente e o amanhã. Devemos investir em estudos, sonhos e projetos, qualidade de vida e futuro. Temos de trabalhar, mas reservar o que for possível para o lazer. Ele é a nossa válvula de escape. É complicado, mas é necessário haver uma poupança de reserva para emergências, nem que seja depositando uma quantia mensal mínima. E, claro, guardar o possível para o futuro, para que a mesma situação difícil em que uma pessoa se encontra geralmente quando mais jovem não se repita numa época em que precisa ter uma vida mais tranquila. Se de grão em grão, as dívidas crescem, as economias também _ embora não na mesma proporção.
Essas dicas de como pagar ou não fazer dívidas, fugir de juros, procurar juros menores quando o caso, comprar à vista, poupar, etc., são repetidas exaustivamente na mídia _ porque essa é a realidade, não apenas de brasileiros, mas de cidadãos do mundo inteiro (bem, talvez em Dubai as coisas estejam melhorzinhas...)


P.S.: No final das contas, são os bons pagadores que acabam carregando tudo nas costas. Por um lado, sofrem com os juros abusivos, por outro, são vistos como “fonte certa de capital confiável”, como uma compensação para os “rombos” causados pelos inadimplentes. Os seguros pagos também servem para isso. De qualquer modo, o ideal é ser um bom pagador, tanto para a paz de espírito, quanto para o cumprimento do que é certo, de acordo com os bons princípios. Mas o ideal é ser o bom pagador do tipo que paga à vista, pois esse consegue passar bem longe de juros exorbitantes e não acaba pagando o pato por ninguém.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Janelas para o Mundo

 

     _ Mãe, para o que é que estou aprendendo isto? Onde é que eu vou usar esse negócio?
     Se os seus filhos vivem lhe perguntando isso, você já sabe que há várias respostas. Uma das minhas favoritas é:
     _ No mínimo, você vai usar isso quando, no futuro, o seu próprio filho estiver fazendo a lição de casa e você precisar ajudá-lo. Só por isso, já seria o bastante.
     Afinal, nos empenhamos durante a vida inteira para poder dar o melhor aos nossos filhos. De qualquer modo, tenho a convicção de que tudo que aprendemos vamos acabar usando, de um jeito, ou de outro. Quando você menos esperar, algo que já aprendeu e parecia desnecessário acabará sendo útil quando mais precisar. Isso me lembra da vez em que vi o ótimo filme “Sim Senhor!”, de Jim Carrey, em que uma das várias partes cômicas foi bem assim. Depois de um curso de autoajuda que o ensinou a dizer "sim" para tudo (pois era negativista demais antes), entre outras coisas, o protagonista se matriculou em cursos dos mais inusitados. Apesar de aprender também que deve haver um equilíbrio em tudo, todos esses cursos serviram ao menos para tirá-lo de vários apuros.
     Eu mesma, na minha profissão, vivo tendo de estudar, pesquisar e aprender coisas que, em circunstâncias normais, provavelmente ignoraria. Afinal, como sempre digo, o tradutor tem de ser também um pesquisador. Além disso, tudo que aprendi na escola, na faculdade e na minha experiência de vida sempre me foi útil. Por exemplo, sempre gostei de português e, na minha profissão, o português é a minha ferramenta de trabalho mais importante porque é, através dele, que chego ao resultado final do meu trabalho. A história e a geografia também me ajudam muito porque faço traduções ambientadas em outras épocas, ou países. Cultura geral nem se fala... até mesmo a tal "cultura inútil" serve às vezes.
     O próprio intelecto da gente se transforma num banco de dados de onde retiramos o que precisamos em determinada situação, ou, mínimo, nos mostra o caminho para encontrar tais dados. Uso a matemática para conversões de pesos, medidas, etc., para cálculos e programação de laudas diárias. Com a informática, tiro o máximo de proveito dos recursos e ferramentas disponíveis hoje em dia para trabalhar. Tudo que aprendi como secretária executiva me ajuda na organização geral, na administração do tempo e assim por diante... Aliás, continuo usando um lema que me era muito útil quando secretária: Nunca responder "não sei", mas "vou me informar a respeito". E, naturalmente, toda a bagagem de conhecimento é indispensável para um escritor.
     Não é apenas no trabalho usamos tudo o que aprendemos um dia, ou que continuamos a aprender, pois acho que o ser humano deve e precisa viver em constante aprendizado. Na nossa vida social, quanto mais bem informados estivermos, mais preparados ficaremos para interagir com o mundo e as pessoas. Com conhecimento _ e não pedantismo _, você se torna uma pessoa cada vez mais interessante _ para si mesmo e para os demais. E se torna também um cidadão ciente de seus direitos e deveres, pronto para contribuir com a sociedade de modo geral e usufruir também de seus benefícios.
     Em termos de saúde, aprender também é benéfico; estimula várias áreas de seu cérebro. A cada vez que você aprende algo, seja o que for, o seu cérebro está fazendo sinápses, ou seja novas redes de neurônios estão se agrupando, o que acaba compensando a perda natural de neurônios que se dá desde que nascemos e se acentua com a idade. E acredito que nunca é tarde para aprender, desde que você deseje, não importando para o que ache que vai ou não usar esse conhecimento.
     Espiritualmente, também acredito que o que aprendemos acaba, de algum jeito, se incorporando a nós. Ninguém conhece exatamente os mistérios do mundo, mas, a meu ver, estamos na Terra para aprimorar, "lapidar" a nossa alma; para nos tornarmos seres melhores. Daqui nada se leva, mas acredito que o conhecimento, sim, que ele passa a fazer parte de nós, como, se algum modo, mente e alma tivessem uma ligação.

     Além de várias razões até um tanto subjetivas, o que aprendemos é usado de maneira prática, faz parte da nossa vida pessoal e profissional. Só não acho que exista essa coisa de conhecimento demais, desnecessário. "O saber não ocupa lugar”, como diz uma amiga minha, lembrando-se das palavras do próprio e saudoso pai. Concordo. Assim, quer você seja mestre, ou aprendiz, lembre-se que, enquanto estamos aprendendo, estamos vivendo.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Faça Compostagem!


     Crie um adubo natural (e também diminua assim o volume de lixo descartado) juntando cascas de legumes e frutas, cascas de ovos, borra de café com o filtro e tudo, talos e folhas de hortaliças não utilizados, etc. para enterrar em vasos e canteiros. Uma boa ideia é reunir um grupo para ir fazendo uma compostagem dessas também na praça ou no parque mais próximos, debaixo de um amontoado de terra, para depois usar o adubo gerado nas árvores e plantas já existentes ou no plantio de outras. A borra de café é também fungicida e ainda serve para ajudar a afastar o mosquito da dengue.






segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Feliz Dia Mundial do Escritor!


     Além das técnicas de escrita e normas do idioma que um escritor aprende para aprimorar seu dom, o mais importante é escrever com os sentimentos. Escrever é um dom que costuma se manifestar ainda na infância, através da facilidade em se criar redações para a escola, diários e textos em geral. Escrever é um dom que anda de mãos dadas com a imaginação. Ela é a principal matéria prima do escritor. Pode-se pedir a um escritor que escreva sobre praticamente qualquer coisa, por mais banal que seja, e as palavras fluirão naturalmente para ele enquanto compuser seu texto.








Feliz Dias das Crianças! - 12 de Outubro


Dia das Crianças

     Criança é pureza, inocência; é a personificação do amor e da vida. A criança depende de você. Não a deixe passar fome, frio, privações. Não a trate com descaso, desrespeito, violência. Não lhe deixe cicatrizes na alma que a marcarão para o resto da vida. Não seja indiferente ao sofrimento de uma criança.
     Quanto às crianças especiais, elas são como anjos que estão no mundo para lembrar a todos que cada ser humano, quer o demonstre ou não, está sempre precisando de algum tipo de ajuda. Essas crianças, portanto, também ajudam a todos com suas lições de superação, mostrando que, na vida, existem problemas... e problemas.
     Que o mundo seja verdadeiramente bom para todas as crianças. Que todas as pessoas sejam seres humanos sensíveis que se lembrem de ajudar a quem precisa _ e da maneira que for possível _ o ano inteiro.


terça-feira, 30 de setembro de 2014

Feliz Dia Mundial do Tradutor!



30 de Setembro - Dia do Tradutor – São Jerônimo

     O Dia do Tradutor é comemorado mundialmente em 30 de setembro em homenagem a São Jerônimo, que traduziu a Bíblia para o latim, levando 15 anos para a sua conclusão. É também o Dia da Bíblia. 
     Foi o Papa Dâmaso I que o incumbiu de traduzir a Bíblia para o latim, graças ao seu conhecimento deste idioma, do hebraico e do grego. O santo padroeiro dos tradutores morreu em 30 de setembro de 420, razão da escolha da data. São Jerônimo também é o santo protetor das Secretárias por ter sido o secretário do Papa Dâmaso.




domingo, 28 de setembro de 2014

Sobre a minha tradução de A Hora é Agora

No mês do tradutor, comento abaixo sobre uma das minhas traduções do inglês para o português.


Título Original:    It’s Your Time
Autor:                      Joel Osteen                          
Editora:                  Larousse


Sinopse/Comentário:
Embora não seja mencionada a Lei da Atração aqui, o autor usa o mesmo princípio em que acredito. Tudo o que desejarmos, devemos pedir a Deus (não ao “Universo”, apesar de que, para muitos, esse é um dos conceitos de Deus) e, se tivermos fé o bastante, conseguiremos. Mas também acho que devemos ser merecedores e fazer a nossa parte.
Existe a chamada corrente “Evangelho da Prosperidade”, que diz que devemos pedir tudo a Deus, mas praticamente do mesmo jeito de em O Segredo, como se Deus fosse um “gênio da lâmpada”.
Joel Osteen não é declaradamente dessa corrente, propondo isso de um jeito mais brando. Ou seja, ele afirma no livro que as pessoas têm de ser positivas, seguir os caminhos de Deus, que têm de lembrar a si mesmas que são filhas de Deus e, como um Pai, Ele quer o melhor para elas. Demonstra que, se a pessoa mantiver a sua fé, Deus lhe concederá bênçãos que já tem preordenadas em seu futuro, incluindo crescimento, prosperidade, abundância, saúde, boas oportunidades, relacionamentos, pois Deus já tem planos para cada um de nós. Só que, para que essas bênçãos sejam concedidas, a pessoa tem de acreditar, ser boa, fazer a sua parte e adotar uma atitude positiva na vida, mesmo em tempos de crise e diante das adversidades, pois as adversidades nada mais são do que um meio que leva uma pessoa a crescer depois. Diz que coisas que nos parecem impossíveis no plano natural, Deus fará no plano sobrenatural. Deus nos fez capacitados, mas tem o poder de suprir nossas deficiências para que alcancemos o êxito.
Com uma linguagem simples e direta que envolve o leitor, além de citar passagens bíblicas e fazer comparativos com o nosso cotidiano, Joel Osteen fala de algumas experiências pessoais, do crescimento de sua igreja, a Lakewood, fundada pelo falecido pai e, agora, a maior dos Estados Unidos, depois que a mudou para o Compaq Center, um antigo estádio; relata casos de pessoas que venceram dificuldades através da fé.

It's Your Time
A Hora é Agora
Tradução de Tina Jeronymo

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Alguns dos livros que já traduzi: